O meu agradecimento a todos os que por aqui passaram.
Contudo, se alguém pretender continuar a actualizá-lo (para bem do pedestrianismo luso), ajuizarei (muito bem) o seu propósito e poderá ser legado de modo definitivo.
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Cada vez mais ajuízo que as pessoas que mais usufruem da verdadeira natureza/espaços naturais são aquelas que em pequenos grupos (2, 3 ou 4) partem, quase de improviso, sem grandes planos, sem regras (com o mínimo de segurança claro) para sentir as marcas da natureza e não com o intuito de deixar nela as suas marcas. Sinceramente considero que cada vez mais se caminha para uma desmesura, no fruir lúdico da natureza, de tentar reproduzir nela os modelos das comunidade humanas. De impor um normativo, artificiar a natureza à imagem do Homem. Se bem que em certas áreas (média e alta montanha, grandes florestas, desertos,…) seja imprescindível uma marcada rigidez sobretudo para segurança do próprio grupo, fora desses espaços disso é, na generalidade, deveras indispensável (contudo reitero que em alguns casos é essencial). Não se pode usufruir em pleno da natureza (mais uma vez com excepção de certas áreas particulares) com regras, hierarquias, horários, roteiros +- rígidos, obrigações, que reproduzem, no essencial, o “Homo Urbanus”. Pensar o contrário é utópico, mesmo demagógico.
Se o móbil for apenas divisar um cenário diferente bastará projectar uma tela por detrás dele (grupo) por uns minutos, horas e todos ficam satisfeitos.
Estar na natureza é sobretudo ser natural e o Homem foi feito para ser conscientemente livre, com uma equidade em correlativo desenvolvimento, e um fraterno e abnegado respeito mútuo.
Mas compreendo que certas pessoas estejam tão apegadas ao “Homo Urbanus” que não consigam deixar de o (querer) reproduzir na Natureza. De querer desapertar por uns tempos o colete de forças do rigor e etiqueta social. Para outros a natureza é um mero investimento onde só interessa os dividendos, (folhas de) louros que dela colhem. Mas como nada nela pouco ou nada plantam, a colheita um dia exaurirá.
Por mim pretendo apenas sentir a Natureza. É que a Natureza já sentiu demasiado a acção do Homem durante milhões de anos. E sentir a natureza é (tentar) sobretudo vê-la através dos seus olhos e não dos nossos. E só isto já se afigura um fascinante desafio.
Mas muitos regimentos/colunas de walkers continuarão a marchar pelo campo, bem adestrados à imagem do “Homo Urbanus”. Já os outros seguirão por onde quiserem, como quiserem, quando quiserem, e se quiserem…