- P.R. 1 - Rota do Marancinho
(aceder ao folheto informativo)
Ponto de Partida: igreja românica de Gondar
Distância Percorrida: 6,5 Km
Duração do Percurso: 2 horas
Grau de Dificuldade: fácil
Tipo de Percurso: Percurso circular
Local: freguesias de Gondar, Lufrei e Vila Chã
Roteiro: o nome do trilho deve-se em boa parte do percurso se desenrolar junto à ribeira com o mesmo nome, por um lado, e, por outro, porque o topónimo “Marancinho” (Marãozinho) faz lembrar o Marão, uma das grandes referências do património natural desta região. ao caminho faz-se, em grande parte, por caminhos e veredas ancestrais, incluindo um belo troço da antiga via romana que, por Amarante, ligava Tongobriga (perto de Marco de Canavezes) ao santuário rupestre de Panóias (a escassos quilómetros da cidade de Vila Real).
Alternando entre o vale e a montanha, decorrendo ora por entre culturas e pastagens, ora por entre matagais e pequenos bosques de pinheiros, sobreiros e castanheiros, o itinerário integra, não apenas uma fauna e flora rica e variada, mas também vários exemplares do património histórico-cultural da região, alguns deles classificados, destacando-se a igreja românica de Gondar e os vestígios da milenar via romana.
- P.R. 2 - Rota de S. Bento
(aceder ao folheto informativo)
Ponto de Partida: praia fluvial de Rua, na Aboadela
Distância Percorrida: 12 Km
Duração do Percurso: 2 horas
Grau de Dificuldade: fécil
Tipo de Percurso: Percurso circular
Local: freguesias de Aboadela, Sanche, Olo, Vila Chã e Gondar.
Roteiro: Após a passagem pela freguesia de Sanche, chegamos ao lugar de Cruzeiro, Gondar. O percurso passa por um antigo troço da via romana, junto à ribeira de Marancinho, onde se pode ainda observar um pontão romano sobre a ribeira e umas dezenas de metros da via, amparada, devido à inclinação do terreno, por um robusto muro de suporte. A via seguia por Sanche, transpondo o rio Ovelha no lugar de Rua, para depois atravessar o Marão pela Lameira e continuar em direcção a Panóias. Seguidamente, um caminho íngreme, leva-nos ao topo da montanha, a 550 metros de altitude, no lugar dos Picotos. Chegados ao cimo, avistando já terras de Basto a um lado e, numa sucessiva ondulação de relevos, as serras do Marão e Aboboreira a outro, seguimos pelo cume da colina até entrar, uns 1500 metros à frente, num secular caminho, provavelmente dos finais da Idade Média, enriquecido por uma fauna e flora diversificadas e onde poderemos, com um pouco de sorte, ser surpreendidos por algum esquilo trepando velozmente o tronco de uma árvore ou observar a terra remexida, durante a noite, pelos javalis na procura dos seus alimentos.
No final deste simpático caminho e depois de passar pelas ruínas duma vetusta estalagem que servia de apoio aos viajantes e almocreves na sua longa e dura travessia do Marão, sobe-se, por um caminho aberto sobre a antiga via medieval, até à capela de S. Bento, onde, perante uma deslumbrante paisagem sobre o vale de Aboadela e as encontras agrestes da serra do Marão e rodeados por uma vegetação autóctone onde predomina a carqueja, o tojo e a urze, podemos, numa atitude terapêutica, recuperar as forças e retemperar o espírito para o resto da caminhada. Depois, por caminhos florestais que serpenteiam a encosta, inicia-se a descida para o vale de Aboadela até entrar, já no vale, num velho trilho que, em ambiente bucólico por entre campos laboriosamente trabalhados, nos leva até às águas puras e cristalinas do rio Ovelha.
Atravessado o rio e o IP4, chega-se finalmente, a um dos pontos altos deste percurso – o lugar da Rua, ou melhor, Ovelha do Marão. Este lugar, cujas origens se perdem no tempo, é o mais emblemático deste percurso. Carregado de história e de estórias, constitui um conjunto arquitectónico que pela sua simplicidade e rusticidade surpreende qualquer visitante. Sede de Ovelha do Marão que, em tempos, já foi beetria, honra e concelho, conserva, no seu pelourinho, símbolo da autonomia local, constituído por uma coluna cilíndrica assente numa base com três degraus de acesso e encimada por um tabuleiro quadrangular sobre o qual pousa o remate em forma piramidal, num cruzeiro seiscentista, na ponte de estilo românico, na fachada de uma pequena capela renascentista e na antiga Casa da Câmara, as memórias desse passado de glória.Terminada a visita a este histórico lugar, regressamos ao ponto de partida.
Ponto de Partida: Parque de Lazer da Lameira
Distância Percorrida: Km
Duração do Percurso:Grau de Dificuldade:Tipo de Percurso: Percurso circular
Roteiro: Os percursos da Lameira convidam a um atento e cuidadoso passeio pela montanha, pois o rasto, quase imperceptível, de algumas espécies pode surgir-nos a qualquer momento.
Entre clareiras verdejantes e matos fechados, o ribeiro de Leijido desenha cenários naturais de excelência para o javali, cuja presença se detecta pelas inúmeras fussadas que faz na camada superficial do solo, em busca de tubérculos, raízes e insectos para se alimentar. Auscultando a natureza, apure a vista e o ouvido para detectar várias espécies de pássaros. Se necessário, use binóculos e um guia de campo e identifique o tendilhão, o pardal-montês e o chamariz, pequenas e graciosas aves que se alimentam de grãos, de sementes e dos frutos das coníferas, exemplar da flora predominante no Parque, entre pinheiros-silvestres, abetos e lariços. Mas se, por perto, ouvir um canto semelhante a uma gargalhada, ou o bater do bico no tronco de uma árvore, não duvide, trata-se de um pica-pau verde.
Neste itinerário de curta duração não deixe de observar o agradável bosque de bétulas ou vidoeiros, a que o povo chama de “noivas da floresta” pela coloração esbranquiçada do seu tronco, e usada em diversas aplicações na medicina popular como depurativo, como cicatrizante ou para queda de cabelo. Porém, com um olhar mais atento, é possível detectar pequenos montículos de terra, testemunhos da presença da toupeira, um mamífero insectívoro de hábitos nocturnos e solitários.
O miradouro é o ponto mais elevado do percurso e local de paragem, a meia encosta, na subida para o parque eólico de Pena Suar. Daqui, observe o belo recorte da aldeia de Covelo do Monte, entre retalhos primorosamente encaixados de campos verdejantes dominados pela dureza altiva das cristas quartzíticas, que afloram junto ao parque eólico e se impõem a toda a região.
Afastando-nos do bosque (itinerários de média e longa duração), entramos no domínio dos matos de altitude, da carqueja, excelente para uso culinário e para a preparação de chás, da giesta, do tojo e da urze. Esta última, além de fundamental para a produção do mel da região, dá as suas flores para resolver infecções renais, tosse, esgotamentos nervosos, entre outros males. Entre os matos de altitude está o ambiente dos répteis, facilmente observáveis no Verão, expondo-se ao sol nas fragas desnudadas de solo e vegetação. Para além dos lagartos, são comuns a cobra-lisa-bordalesa, a cobra-de-escada, a cobra-rateira e a víbora-cornuda. Este habitat ainda acolhe o coelho-bravo, com hábitos crepusculares e/ou nocturnos, cujas latrinas são a forma mais fácil de detectar a sua presença. Planando nos céus, observam-se aves de rapina, como a águia-d’asa-redonda, a mais frequente, o açor e o peneireiro.
As minas desactivadas de Fonte Figueira (Pedrado) merecem muita atenção. Outrora local de intensa exploração mineira, cujos vestígios são observáveis pela encosta que sobe até ao vértice geodésico da Neve, ainda subsistem, entre a vegetação, algumas aberturas de acesso às galerias subterrâneas. Desafio à aventura mas perigo para os mais incautos, o melhor é seguir o trilho marcado.
De caminho até à Senhora da Moreira, promontório e miradouro de vista excelente e vasto horizonte, repare-se num enorme afloramento granítico, de onde, segundo a tradição, saiu a pedra para a construção do mosteiro de S. Gonçalo.