Localização: freguesia de Covide, concelho de Terras de Bouro
Local de concentração e inicio do percurso: Lugar do Calvário (cruzamento de Covide, freguesia de Terras de Bouro)
Hora de concentração: 10h00
Hora de partida: 10h15
Distância a percorrer: 10 km
Grau de dificuldade: elevado
Tipo de percurso: circular
Material necessário: roupa adequada a caminhar no campo/natureza e à meteorologia do dia
Inscrições gratuitas (não incluem seguro, transporte e almoço, devendo os participantes levar almoço volante):
Inscrições em formulário online - (clicar para aceder)O trilho da Calcedónoia desenvolve-se nos territórios de Covide e de Campo do Gerês, os quais apresentam um enredo histórico-cultural marcante, pelas suas tradições comunitárias e antiguidades arqueológicas. Este traçado circular pretende atingir o mítico sítio arqueológico denominado “Fraga da Cidade”, que os eruditos seiscentistas imortalizaram com o clássico topónimo de Calcedónia.
Roteiro do PercursoO Percurso tem início no cruzamento das estradas EN 307 e EN 304, na freguesia de Covide. Desde o cruzamento seguimos a estrada EN 307 em direcção a Campo do Gerês. Depois de percorrermos cerca de 400 metros viramos à direita, passando depois no lugar de Várzeas (próximo deste lugar passa a via romana). Após passarmos um ribeiro o declive torna-se mais acentuado e vamos avistando belas paisagens defronte do nosso olhar. À nossa volta o caos granítico, formando grandes amontoados de blocos com formas diversas, esculpidas pelo lento processo dos ventos e gelo, e que a imaginação popular associa a animais, penhas, bolas, caos de blocos, pias e blocos pedunculados.
Em breve chegámos à Calcedónia, um morro gigantesco de gigantes penedos que em tempos teve a função de castro defensivo, o qual terá sido ocupado pelas legiões romanas. Circulámos entre os grandes penedos até que nos embrenhámos num percurso de passagens estreitas que nos leva ao início do conhecida Fenda da Calcedónia
Possibilidade para quem pretender de efectuar a passagem da Fenda da Calcedónia.
Começamos depois a descer novamente em direcção a Covide pelo meio dos grandes blocos de granito de um pequeno bosque de carvalhos. Mais em baixo passámos pelo Poço Azul, uma pequena piscina natural de águas puras e cristalinas. Daí seguimos um caminho de terra batida que em algumas centenas de metros nos conduzirá ao ponto de partida.
O percurso é no geral constituído por certos traçados declivosos, que o tornam de dificuldade acrescida.
Mapa do Percurso
[percursos a linha a tracejado a azul]
[ponto de partida - 'círculo' verde]
(clicar no mapa para ampliar)
Fauna
Ao longo do trilho observam-se anfíbios, répteis e aves nos seus habitats naturais. Nos charcos existem o tritão-marmoreado, tritão-de-ventre-laranja, rã-ibérica, rã-verde, sapo-parteiro, sapo-comum e a salamandra-de-pintas-amarelas. Os répteis encontram-se nas zonas de grande exposição de raios solares e nos recônditos abrigos proporcionados pelas pedras.
Avistam-se espécies importantes de aves, associadas aos matos, a zonas rochosas e a zonas abertas, como o falcão peregrino, e o peneireiro-comum, cartaxo, a cia, a cotovia, o cuco, o melro-das-rochas, melro-azul e a águia-de-asa-redonda. Os hábitos mais esquivos dos mamíferos torna difícil a sua observação, porém, as pegadas, dejectos, marcações de território e vestígios de alimentação são indícios da presença do lobo, da gineta, fuinha, cabra, cavalo, corço e esquilo.
FloraNeste Trilho predominam dois tipos de flora: eurosiberiana, com as espécies dos habitats húmidos/frescos e a flora ibero-atlântica predominante nas zonas secas. A coexistência desta variedade traduz uma paisagem rica que a torna singular. O traçado inicial do Trilho está ladeado de espécies florísticas de valor dendrológico, nomeadamente o Carvalho -Quercus robur, Castanheiro - Castanea sativa e Pinheiro - Pinus pinaster.
À medida que se avança em altitude, a vegetação arbórea exprime exemplares isolados de Pinheiros e Carvalhos. Nas chãs, o pilriteiro - Crataegus monogyna destaca-se na paisagem pela sua agressividade. Na proximidade da “Cidade da Calcedónia” o estrato arbustivo marca a paisagem com a urze Erica cinerea, Tojo arnal - Ulex europaeus, Tojo molar - Ulex minor, Torga - Calluna vulgaris, Carqueja - Chamaespartium tridentatum, Giesta - Cytisus striatus, Violeta - Viola spp, Fetos - Pteridium aquilinum, Musgos - Polytricum spp., Dedaleira - Digitalis purpurea e Abrótega - Asphodelus s.p.
"Subimos à Calcedónia, uma das coroas de glória cá da serra. A tarde estava como veludo, e as fragas, amolecidas pela luz, pareciam broas de pão a arrefecer. Do alto, a paisagem era de um aconchego de berço. Muros sucessivos de cristas - círculos concêntricos de esterilidade - envolviam e preservavam a solidão"
Miguel Torga, 6 de Agosto de 1952Localização de Covide (contorno a vermelho)(clicar no mapa para ampliar) FOTOS DO PERCURSO
(autoria de Fernando Vilarinho)
(clicar na foto e seguintes para ampliar) Entrada da Fenda da Calcedónia
Contactos: blogue "Pedestrianismo e Percursos Pedestres"
http://pedestrianismo.blogspot.comTlm.. 96 5683938 ; 91 4279361 ; 93 3872245
email: pedestrianismo@gmail.com
Inscrições gratuitas (não inclui transporte, seguro e alimentação, que fica à mercê dos participantes - possibilidade de troca de boleias), não obrigatórias mas conveniente de serem efectuadas para melhor ajuste à actividade.
Este "Trilho da Calcedónia" insere-se no Ciclo de caminhadas "Pelo caminhos do noroeste português" 2009/2010. Neste ciclo de caminhadas são percorridas diversas áreas naturais e rurais do noroeste português (Minho e distritos do Porto e Aveiro) calcorreando uma miríade de paisagens destas regiões bem como contactando in loco com o seu património de índole diversa: natural, ecológico, biológico, rural, etnográfico, arquitectónico, histórico e sócio-cultural.
Link do Ciclo de Caminhadas:
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