A ilha da Terceira nos Açores, passa a ter cinco percursos pedestres classificados, com a abertura dos percursos de "Baías da Agualva" e das "Relheiras de São Brás". E até Maio, um novo itinerário – Rocha do Chambre – reforçará para seis a oferta de caminhadas na natureza da ilha.
Depois de vários anos com apenas três trilhos oficiais, Monte Brasil, Serreta e Mistérios Negros, e com outros cinco para aprovação, a Terceira vê agora ressurgir o investimento neste capítulo.
Isto porque, segundo a última actualização da Rede de Percursos Pedestres, todas as ilhas registaram aumentos exponenciais de trilhos. De um total de 56 percursos que os Açores recomendam aos turistas e aos locais, 25 localizam-se actualmente em São Miguel, isto quando em 2006 esta ilha possuía apenas 7 trilhos.
Segundo dados oficiais, São Jorge surge em segundo lugar, com seis percursos recomendados, seguindo-se a Terceira e o Pico com cinco cada, Faial e Flores com quatro, Santa Maria e Graciosa com três e Corvo com dois.
Mas as expectativas para a Terceira deixam antever um aumento da sua rede de ilha. Em declarações ao jornal “a União”, o responsável pelo Gabinete de Apoio ao Turismo de Natureza e em Espaço Rural dos Açores, Carlos Bolhão Pato, explica que o sexto trilho terceirense, denominado de Rocha do Chambre, deverá estar operacional até Abril. O novo percurso, proposto pela Câmara Municipal da Praia, vai agora ser avaliado pelos técnicos deste gabinete que procederão à sua sinalização e inclusão na lista oficial.
Porém, igualmente por iniciativa da mesma autarquia, aguardam, há vários anos, dois outros percursos – “Pico Agudo” e “Pico do Boi” – que, segundo o mesmo responsável, aguardam parecer da Direcção Regional do Ambiente por se localizarem em reserva natural. Um pedido que o gabinete só endereçou à referida tutela, disse Carlos Bolhão Pato, muito recentemente.
Autarquias impulsionam percursos pedestres
O crescimento assinalável da rede de trilhos açoriana deve-se sobretudo à iniciativa autárquica com as câmaras municipais e as juntas de freguesia a assumirem-se como os principais promotores dos mesmos.
Facto que pressupõe não só a acção de propor o percurso, como garantir os gastos com a sua manutenção, respectivamente com a limpeza e outros trabalhos necessários para a preservação do trilho. À direcção regional do Turismo recai a responsabilidade de os aprovar, instalar a sinalética própria e homogénea a todos e de os enquadrar no plano promocional dos trilhos açorianos. «Há uma maior consciência turística por parte das autarquias», disse o responsável.
Logo a seguir, surge o Governo Regional que propôs quatro trilhos, cabendo ao erário público a sua manutenção, casos dos dois novos trilho no Corvo, um na Graciosa e outro em Santa Maria. Uma decisão justificada, disse, pela «reposição de alguma justiça para com as ilhas com maior carência».
As associações e outras colectividades de defesa ambiental também sugeriram trilhos, embora em menor número.
Trilhos e trails
A principal janela de promoção dos percursos pedestres açorianos faz-se através do site www.trails-azores.com que disponibiliza informação sobre cada um dos trilhos, possuindo uma galeria de imagens e a sua descrição, bem como a possibilidade de fazer download dos folhetos referentes a cada um dos percursos.
Associados aos percursos está a oferta, em termos hoteleiros, das unidades existentes em espaço rural em cada uma das ilhas. Outra frente promocional reside na publicação de panfletos sobre os percursos existentes em cada uma das ilhas.
Carlos Bolhão Pato explicou que as fiscalizações levadas a cargo pelo Gabinete também contribuem para a preservação e qualidade desta oferta, tendo-se realizado, em 2008, cerca de 30 deslocações a várias ilhas.
Percursos precisam leis de protecção
O responsável pelo Gabinete de Apoio ao Turismo de Natureza e em Espaço Rural dos Açores refere existir «uma grande abertura» para a criação de mais trilhos.
Contudo, disse Carlos Bolhão Pato, o sector do pedestrianismo na Região carece de uma legislação própria que assegure os percursos. “Já estamos a estudar uma legislação no sentido de proteger os trilhos”, explicou, referindo que actualmente estes encontram-se vulneráveis, por exemplo, à passagem de novas vias, etc.
Noutro sentido, a segurança dos utentes é outras das preocupações que será materializada com um plano de emergência para cada um dos trilhos, novidade que, até final do ano, estará, disse Carlos Bolhão Pato, iniciada.
Noutro sentido, a segurança dos utentes é outras das preocupações que será materializada com um plano de emergência para cada um dos trilhos, novidade que, até final do ano, estará, disse Carlos Bolhão Pato, iniciada.
Humberta Augusto
Fonte: Jornal "A União" - 06-02-2009
Sem comentários:
Enviar um comentário