sexta-feira, julho 24, 2009

Controvérsia na implementação de percurso pedestre na Lagoa do Fogo, na Ilha de São Miguel, nos Açores

O projecto de implementação de um percurso pedestre na Lagoa do Fogo, na Ilha de São Miguel, nos Açores, tem gerado alguma controvérsia ao nível regional.

O movimento cívico “SOS Costa Norte” está contra a construção de um percurso pedonal em madeira no interior da cratera da Lagoa do Fogo afirmando ser «um atentado”»à preservação daquele ponto turístico de São Miguel.

«Não se trata de uma medida correcta numa Reserva Natural. A Lagoa do Fogo distingue-se das outras por se manter praticamente intacta e esta intenção do Governo, apoiada pela Câmara da Ribeira Grande não é de todo a mais indicada», disse à agência Lusa Filipe Tavares do movimento “SOS Costa Norte”, que lançou terça-feira uma petição na internet.

Segundo Filipe Tavares, o percurso pedonal em madeira irá ligar a parte final do trilho pedestre que vem da Lombadas até à areia das praias da Lagoa do fogo. «Trata-se de um percurso construído em Madeira, de cerca de 500 metros de comprimento que percorre toda aquela planície onde se encontra a lagoa mais pequena dentro da cratera da Lagoa do Fogo», descreveu um dos signatários da petição.

Para Filipe Tavares, «não se trata de uma medida correcta», porque a reserva natural “não deve sofrer qualquer tipo de intervenção a não ser a limpeza e manutenção do que já lá existe. Os acessos à Lagoa do Fogo devem ser limitados, por forma a preservá-la. Os que existem são suficiente e não se deve juntar mais nada. O que precisamos é de mais vigilantes da Natureza, e de um sistema de contra-ordenação eficaz para o combate aos agentes poluidores», sustenta a petição que está a circular na internet.

Filipe Tavares explicou que são necessárias, no mínimo, 300 assinaturas para que a petição dê entrada no Parlamento açoriano, mas o movimento “SOS Costa Norte” espera «uma grande adesão» à iniciativa, até porque trata-se de «uma questão relacionada com o principal ponto turístico de São Miguel».

Contactado pela Lusa uma fonte do gabinete do secretário regional da Economia garantiu que o passadiço vai «evitar estragos» na vegetação endémica do local, dando ainda condições de segurança aos visitantes. A mesma fonte garantiu que a proposta teve o parecer favorável da secretaria do Ambiente e confirmou que a construção em causa vai avançar.

Idêntica opinião manifestou o presidente da Associação Ecológica Amigos dos Açores, considerando que é »uma opção claramente para proteger a vegetação. Os visitantes passarão a dispor de melhores condições no trilho, evitando-se também estragos na vegetação endémica”» frisou Sérgio Diogo Caetano.

Fonte: agência Lusa - 23-06-009

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