sábado, novembro 17, 2007

Inauguração do percurso pedestre PR3 “Rota das Cruzes”, dia 11 de Novembro, em Tondela

Tendo como pano de fundo, como temática associada uma tradição ancestral e cuja memória se perde no tempo - a Festa das Cruzes - realizou-se no passado domingo, dia 11 de Novembro, a inauguração do percurso pedestre PR3 “Rota das Cruzes”, na qual compareceram inúmeros entusiastas deste tipo de iniciativas.

Logo pela manhã, junto ao Posto de Turismo situado na Vila do Caramulo, teve lugar uma pequena sessão informativa que contou, com a presença dos Vereadores José António de Jesus, Carla Pires e Marina Leitão.


O Vereador da Cultura fez referência ao grande enfoque deste percurso na divulgação de uma das maiores potencialidades do Concelho em termos da fauna e flora locais, na Serra do Caramulo, e que para o efeito foi enriquecido com painéis informativos que através de ilustrações evidenciam a riqueza patrimonial, cultural e a diversidade de espécies que se podem encontrar em cada habitat que vai surgindo ao longo do percurso.

Também ao património construído foi dado o devido destaque, referindo a importância da sua preservação. Após este enquadramento inicial, seguiu-se uma caminhada de cerca de 2 horas e meia e a manhã culminou com um almoço convívio entre todos os pedestrianistas.


Fonte do texto e imagem:
Câmara Municipal de Tondela


Fotografia do blogue "Anoitecer ao Tom Dela"






Artigo alusivo do Jornal do Centro - 16-11-007:

"A história da festa das Cruzes, que se realiza todos os anos na Quinta-Feira da Ascensão, na freguesia do Guardão, concelho de Tondela, perde-se no tempo.
Conta a lenda que, em época de invasão dos mouros, o Guardão pediu ajuda a terras do Vale de Besteiros. A ajuda chegou e os mouros foram expulsos com “ajuda divina”. Uma capela foi construída em forma de agradecimento a S. Bartolomeu, padroeiro do lugar. Desde então, as cruzes de Santiago de Besteiros, Campo de Besteiros e Castelões seguem em romaria, aos ombros dos mordomos da festa, para se juntarem num “abraço de séculos”.
A Rota das Cruzes, inaugurada no domingo (dia 11), nasce desta festa religiosa e pretende, de acordo com o presidente da Junta de Freguesia do Guardão, Pedro Adão, “dar a conhecer o património histórico e religioso da serra do Caramulo”. “A aposta no turismo de natureza” é outro dos objectivos deste percurso pedestre que, ao longo de oito quilómetros, dá a conhecer aos caminheiros a “ abundante flora local”.
O trajecto começa no posto de turismo do Caramulo. Uma calçada que atravessa parte do parque leva os andarilhos por caminhos florestais em direcção ao Guardão, onde, fazendo um desvio por um troço de calçada romana, poderão visitar a Igreja Matriz e a capela de S. Sebastião. Pé na estrada e continua a percorrer-se o caminho dos cruzeiros até chegar ao Janardo, povoação à qual “já coube a honra de ser cabeça do velho concelho do Guardão” e onde ainda existem a Casa da Câmara e o Tribunal, ambos em pedra talhada e construídos em 1735.
É já tempo de zarpar de novo. Poucos metros depois, por caminhos agrícolas, surgem os primeiros sinais da Festa das Cruzes: os pilares com a inscrição do nome das freguesias envolvidas na celebração religiosa vão-se sucedendo ao longo do caminho. Em breve se alcança a Capela de S. Bartolomeu, nas proximidades da qual se encontra o cruzeiro que simboliza a «protecção divina» que terá sido concedida à população do Guardão. Para continuar o percurso, há que retomar o caminho junto aos pilares graníticos. Uma ponte de origem românica permite a travessia da ribeira do Xudruro. Sobe-se a encosta até chegar à capela de Santa Luzia, no Carvalhinho. Volta-se aos caminhos agrícolas, em que marcam presença o Carvalho Negral e o Carvalho Alvarinho, e o viajante chega a Ceidão. Prepara-se então o regresso por caminhos florestais passando por Pinhal Novo.
Já com o Museu do Caramulo à vista, aproxima-se o fim da viagem, que termina apenas depois de se atravessar o Parque Jerónimo Lacerda, onde o caminhante pode observar “grande riqueza e diversidade botânica”.
A Rota das Cruzes junta-se à Rota dos Cruzeiros que, segundo Pedro Adão, «tem sido um sucesso, trazendo largas centenas de pessoas à serra do Caramulo»"

Sandra Bernardo


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