Em jeito de proémio, devo dizer que nunca apreciei minimamente concursos, concursos de rankings, jogos sociais, apostas, etc. (e como tal não participo/jogo).
No seguimento do concurso "As novas sete maravilhas do mundo", cuja cerimónia de divulgação dos 'eleitos' decorreu em Lisboa em Julho passado, temos agora novo concurso afim "As novas sete maravilhas da Natureza". A lógica do primeiro concurso resumia-se praticamente a aumentar a conta bancária dos organizadores. Pelos resultados deu para entender, por exemplo, que se o Brasil apresenta-se um penedo (esteve perto) a concurso elegia-o na mesma. [refiro-me a uma perspectiva artística e não a uma religiosa]
O concurso foi 'tomado' de modo ligeiro pela generalidade das pessoas (apesar de ter contado com mais de 100 milhões de votos). O que não é nada ligeiro (e ingénuo) são os milhares de milhões de euros/dólares extra, que os países com candidaturas vencedoras vão receber nas próximos anos/décadas, com isto. E muito candidamente também vou confiar que os organizadores do concurso não vão maravilhar-se com parte desses "bonús cash"
Bem, este novo concurso não foge à estratégia do antecedente. Pelo menos, como este reporta a supostas "maravilhas da Natureza" terá por mim mais um 'cachito' de consideração.
O concurso foi 'tomado' de modo ligeiro pela generalidade das pessoas (apesar de ter contado com mais de 100 milhões de votos). O que não é nada ligeiro (e ingénuo) são os milhares de milhões de euros/dólares extra, que os países com candidaturas vencedoras vão receber nas próximos anos/décadas, com isto. E muito candidamente também vou confiar que os organizadores do concurso não vão maravilhar-se com parte desses "bonús cash"
Bem, este novo concurso não foge à estratégia do antecedente. Pelo menos, como este reporta a supostas "maravilhas da Natureza" terá por mim mais um 'cachito' de consideração.
Numa observação, por alto, deste novo concurso reparei que estão a concurso mais de três centenas de supostas "maravilhas da Natureza", para no final de 2008 ficarem 77 seleccionadas e depois em Janeiro de 2009, um júri, supostamente (!) imparcial, seleccionar 21 "maravilhas" que irão de seguida a um concurso final.
Também constatei que Portugal, apesar de ser um país de pequena dimensão, é o país da Europa com mais candidaturas, em concreto quatro (Vale/Rio Douro, Parque Nacional da Peneda-Gerês, Ria de Aveiro, Ilhas Selvagens). Ou seja, em vez de se concentrar os votos, foram, logo à partida, dispersos.
Pela múltiplas candidaturas afigura-se deveras intrincado destrinçar aqui o conceito de "Natureza". Em muitos casos deve referir-se sobretudo a "natureza Humana"!!
No meu entendimento, seleccionar as maiores maravilhas da Naturezas do planeta Terra é sempre e apenas um fait-divers para outros recônditos propósitos.
Existem lugares/espaços, de índole mais natural, muito especiais no Planeta. Por exemplo, no Brasil as cataratas de Iguaçu e a Floresta/Rio Amazonas; perto, na Argentina/Chile, o Arquipélago da Terra do Fogo; nos antípodas a Grande Barreira de Coral australiana, ou o "Te Wahipounamu" na Nova Zelândia; no Pacífico a Polinésia Francesa; na Ásia os Himalaias/Karakorum; na China o Wulingyuan; no Canadá o sistema natural "Kluane-Wrangell-St. Elias-Glacier Bay-Tatshenshini-Alsek"; nos EUA o Grand Canyon e a Sierra Nevada; etc, etc.
Mas estabelecer rankings é sobretudo desconhecer que antes da globalização ter assumido uma vertente económica, social e religiosa, já assumia, e desde sempre, uma vertente natural, ecológica, a nível planetário. Todos os sistemas estão estritamente interligados e interdependentes. Individualizá-los é mitigar a sua riqueza e importância na multiplicidade de ecossistemas que formam a biosfera terrestre.
Mas é só mais um leilão da natureza...
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