terça-feira, outubro 30, 2007

Acção de Recolha de Lixo na Serra da Estrela dia 23 de Setembro pelo CAAL e ASE. Um INFERNO de LIXO!

O Clube de Actividades ao Ar Livre (CAAL) escolheu como palco da comemoração do seu XXII Aniversário, a Serra da Estrela. Entre outros eventos, aí desenvolveu, no dia 23 de Setembro, uma actividade muito meritória de limpeza. Foi no conhecido Corredor do Inferno, junto ao Cântaro Magro. O lixo encontrado foi tanto que apenas puderam limpar a parte superior do corredor. No total encheram 200 sacos de lixo, que foram içados (com um inovador sistema de cabos e cordas) para a estrada nacional, onde foram depois colocados num camião do lixo do PNSE. A acção contou com 130 voluntários associados do CAAL e com a colaboração da associação Amigos da Serra da Estrela (ASE).

Fotos seguintes da autoria do Clube de Actividades ao Ar Livre (CAAL):

Limpeza no Corredor do Inferno
(Clicar nestas e nas imagens seguintes para ampliar)









Artigo transcrito do Diário XXI, da autoria de Francisco Cardona:

"Na Serra da Estrela, a natureza está mais leve, depois da 130 voluntários do Clube de Actividade de Ar Livre (CAAL) de Lisboa se terem empenhado na recolha de detritos ao longo do Corredor do Inferno, junto ao Cântaro Magro. Ao início da tarde de domingo, os voluntários envolvidos na acção que serviu para assinalar o 22 º aniversário CAAL, em colaboração com a Associação dos Amigos da Serra da Estrela, tinham recolhido mais de 200 sacos (cada com 120 litros de capacidade).

«Faltaram sacos e só conseguimos limpar metade do Corredor do Inferno», disse ao Diário XXI, José Ramos, de 62 anos, natural de Lisboa, e que integrou o conjunto de voluntários que calcorrearam as íngremes escarpas com mais de 300 metros de declive. «Andei por ali pouco menos de uma hora e atestei um saco», disse o lisboeta. Desde fragmentos de trenós a bóias, passando por garrafas de vidro e de plástico, os voluntários encontraram de tudo um pouco. «Dá a sensação de ser lixo deixado por pessoas que vêm à Serra brincar na neve e deixam os sacos abandonados. Até encontrámos uma enorme bóia, que devia ter tido a mesma finalidade», afirmou José Ramos. Mas nem só os turistas ali deixam lixo. «Também me parece que alguns dos sacos são ali colocados pelos pastores para fazerem redutos de água para os animais beberem», acrescentou.

Desleixo e imprudência.
Na mesma área, mas junto à estrada de acesso à Torre, Francisco Ferrão, de 64 anos, encontrou dezenas de garrafas de vidro e plástico e latas de refrigerantes muito enferrujadas. «A imensidão de lixo é fruto do desleixo das autoridades, que não o recolhem, e da imprudência de quem devia evitar deitar o lixo pela janela fora», comenta. O lixo recolhido à beira da estrada foi deslocado pelos próprios voluntários, mas, na profundezas do Corredor do Inferno, os sacos que mais pareciam formigas quando olhados desde a estrada, à vista desarmada, foram içados com a ajuda de cabos. «É uma tarefa muito morosa, mas que alguém tem de fazer», disse José Veloso, presidente da Assembleia Geral do CAAL. «É tanto lixo e tão espalhado que, se não fosse montado este sistema de recolha, com cabo e cordas, era absolutamente impossível retirá-lo», acrescentou o amante da natureza, sublinhando a disponibilidade dos cerca de dois mil e 500 sócios do CAAL para acções de limpeza, sensibilização e preservação do meio-ambiente. «O CAAL e os seus sócios estão sempre disponíveis para preservar e fazer respeitar a natureza. Sobretudo na Serra da Estrela», acrescentou.

Além da recolha dos sacos de lixo, os cabos e cordas foram lançados para o Corredor do Inferno com o objectivo de recolher os destroços de um automóvel que se encontra naquela área, na sequência de um acidente de viação ocorrido há mais de 20 anos. No entanto, esse objectivo acabou por não ser cumprido. «Os destroços do carro estão muito longe» da plataforma onde os cabos foram colocados. «Não desistimos de retirar o que resta do carro, mas hoje não foi possível tirar mais do que dois pedaços», disse José Maria Saraiva, vice-presidente da associação Amigos da Serra da Estrela. Segundo aquele responsável, como resultado de acidentes de viação na estrada de ligação à Torre estarão, em zonas inacessíveis, «pelo menos cinco viaturas», algumas há mais de duas décadas.

José Maria Saraiva reafirma “É preciso fechar a estrada”
A acção de recolha de lixo e de sensibilização para a preservação do meio-ambiente levou o vice-presidente da ASE, José Maria Saraiva, a reafirmar a necessidade de «encerrar definitivamente» a estrada entre os Piornos e a Torre. «Esta via não traz nenhum desenvolvimento para o turismo da região. Os concelhos da Covilhã e de Seia podem estar a usufruir da existência desta estrada, mas outras vilas perdem com a sua existência», disse José Maria Saraiva, defendo o corte da estrada depois de serem criadas alternativas aquela via. «Depois da construção do Túnel de Alvoaça, do IC-6 e da instalação de um teleférico de acesso à Torre, aí sim, a estrada deveria encerrar definitivamente», afirmou José Maria Saraiva. Uma solução que, segundo o vice-presidente da ASE, «dispensava definitivamente todo o sistema de limpeza de neve e que beneficiaria muito toda a economia local nas aldeias em redor da serra da Estrela, evitando, simultaneamente, o lixo deixado pelos turistas. Quem quisesse subir à Torre, subiria através do teleférico e teria de pagar», concluiu."

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