domingo, fevereiro 17, 2008

Inauguração do PR2 Cabreia e Minas do Braçal, em Sever do Vouga, dia 26 de Janeiro

A Câmara Municipal de Sever do Vouga inaugurou no dia 26 de Janeiro o primeiro de cinco percursos pedestres que está a implantar no concelho. Tratou-se do PR2 Cabreia e Minas do Braçal, de Sever Vouga, localizado na freguesia de Silva Escura.
Participaram cerca de duas centenas de pessoas, nesta actividade promoção do Turismo de Natureza no concelho.



Relato (e imagem) seguinte de Vítor Dias (http://darasola.blogs.sapo.pt ), publicado no jornal "Notícias de Aveiro" :

"O percurso tem inicio na zona de lazer do parque da Cabreia e divide-se em três percursos de distâncias diferentes: o PR2.1 é o mais pequeno; o PR2.2 tem um pouco mais de 6 quilómetros e o PR2.3 é o maior, com 10 quilómetros.

O percurso segue o Rio Mau. Uma curiosidade, a montante o mesmo rio chama-se Rio Bom. Passa inicialmente numa zona de campos. Segue-se até chegar a uma bifurcação onde encontramos uma estrada em asfalto que vamos utilizar até encontrar uma ponte para atravessar novamente o Rio Mau. Mais adiante encontramos as primeiras ruínas da exploração mineira do chumbo argentífero, que correspondem às minas da Malhada.

Continuando mais um pouco encontramos uma clareira com mais vestígios das mesmas minas. Segundo dizem, estas possuíam um poço mestre com cerca de 400 metros de profundidade. Mais adiante, surge uma bifurcação dos percursos. Esta zona junto ao rio é particularmente agradável pela abundante vegetação que aí se encontra com bosques densos de austrálias e carvalhos.

Antigas minas
Acabámos então por chegar à zona das Minas do Braçal, onde se encontram vestígios, ainda em bom estado, que, pela sua dimensão, revelam a importância que esta exploração representou outrora para a região. O percurso passa pelo meio do complexo. Dentro de uma das casas ainda encontramos recibos da Portucel datados de 1977. Nota-se que existiu aqui um jardim bem cuidado, com muitas camélias e carreiros delimitados por buxo.


Mais adiante, o Rio Mau, que se encontra canalizado ao longo de quase todo o complexo, surge numa queda de água muito bonita. No mesmo local, encontramos vestígios daquilo que parece ter sido uma nora. Mais um edifício das minas, junto do qual existe um abatimento do terreno que deixou à vista o túnel por onde passa o rio. Recomendamos muito cuidado nessa zona, em especial com crianças, pois, apesar de estar assinalado com fitas, estas não protegem do perigo.

A partir daqui, seguindo recomendações da organização, deveríamos regressar por outro caminho, mas ainda fizemos um pequeno desvio para ir ver os vestígios da fundição. São poucas as paredes que se encontram em bom estado, no entanto, a chaminé ergue-se ainda majestosamente por entre a vegetação.

Regressámos à zona do complexo principal onde se observam novos edifícios. A partir daqui o caminho segue por uma zona de eucaliptal sem grande interesse, a não ser a vista sobre o vale do Rio Mau. O percurso não tinha tido até aqui grandes declives, mas nesta zona a inclinação acentua-se um pouco mais. Passamos junto de algumas povoações, seguindo sempre as indicações das placas. Neste local da foto, juntam-se o PR 2.2 e o PR 2.3.

Mais adiante, voltamos a encontrar o rio, um pouco a montante da cascata da Cabreia. Uma queda de água majestosa com cerca de 25 metros de serviu de cenário, há uns anos atrás, para a novela da RTP “A senhora das águas”. Esta cascata é sem dúvida uma das principais referências de Sever do Vouga.

Acabei por percorrer uma distância de cerca de 10 km, que correspondeu a uma mistura do PR2.2 e um pouco do 2.3."


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