quinta-feira, dezembro 25, 2008

Passos Contados 2009 - Câmara Municipal de Vila Real de Santo António e Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela


Passos Contados 2009

Passeios pedestres de interpretação da paisagem

Cacela - Vila Real de Santo António


Organização:
Câmara Municipal de Vila Real de Santo António
Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela

Colaboração:
ADRIP - Associação de Defesa, Reabilitação, Investigação e Promoção do Património Natural e Cultural de Cacela



Começa em Abril em Cacela a 3ª edição do ciclo anual de passeios pedestres de interpretação da paisagem “Passos Contados”.
Passos Contados... porque os caminhos, os lugares, as pessoas contam estórias. O Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela / CMVRSA propõe este ano novas experiências de interpretação e descodificação das paisagens culturais e naturais do sotavento algarvio. Nesta terceira edição iremos à descoberta das plantas e dos seus antigos usos na medicina e alimentação; de vestígios da presença romana em Cacela; vamos observar o céu durante a noite e conhecer as antigas mitologias ligadas aos astros; com os pés na água vamos procurar os animais da maré baixa; vamos escutar os morcegos e procurar a fauna nocturna; e terminaremos na ria formosa observando as aves.

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4 de Abril
Plantas medicinais e aromáticas do barrocal e serra algarvia
Medicinal and aromatic herbs in Barrocal and Algarve’s Serra
Com o mestre José Salgueiro
Ponto de encontro: 9.30 em Santa Rita
Existiu até há bem pouco tempo, nos meios rurais, um saber empírico, transmitido de geração para geração, sobre as propriedades medicinais das plantas. Nascido no Alentejo, Mestre Zé Salgueiro, filho de trabalhadores rurais, recebeu os saberes dos ensinamentos da mãe, de virtuosos, pastores e artífices que partilhavam o universo da medicina popular. Experimentou ao longo da vida os trabalhos do campo, a venda ambulante, o ofício de sapateiro e aos 50 anos resolveu assumir as suas paixões maiores: as plantas e a poesia. Com larga experiência na colheita e utilização de ervas para fins medicinais e um conhecimento acumulado ao longo de 90 anos intensamente vividos, tem um genuíno prazer em transmitir os seus valiosos saberes.




2 de Maio
Vestígios da presença romana em Cacela. O vísivel e o invisível
Roman traces in Cacela. The visible and the invisible
Com o arqueólogo João Pedro Bernardes
Ponto de encontro: 9.30 em Cacela Velha
“Na área em que jaz a actual Cacela devia ter assentado uma importante povoação romana, tantos são os vestígios (tanques, fustes de colunas, mármores, etc.) que nela ainda restam da vida do povo rei”, escreveu Leite de Vasconcelos no início do séc. XX. Refere-se ainda a moedas e esculturas em mármore encontradas na vizinha Quinta do Muro, onde foi recentemente identificado e escavado um forno de materiais de construção e cerâmica de cozinha atribuíveis ao séc. III. A poente da aldeia, Estácio da Veiga escavou tanques para a salga de pescado e preparação de pastas de peixe que em 1906 já se encontravam parcialmente derrubados. A nascente, na Quinta da Manta Rota, encontramos os vestígios de uma antiga villa com um complexo industrial de produção de ânforas, testemunhando uma intensa actividade produtiva e comercial na zona. Se no litoral os testemunhos da presença romana apontam para a exploração dos recursos marinhos, entre o barrocal e a serra, sistemas irrigação como a barragem romana da ribeira da Hortinha, próximo de Santa Rita, testemunham o uso dos férteis terrenos agrícolas da zona, orientado para a produção de vinho, trigo, azeite, carne, árvores de fruto e produtos hortícolas.
Ao longo deste passeio, procuraremos aproximarmo-nos deste território de Cacela, atravessado então pela estrada que ligava Baesuris a Balsa e Ossonoba, e da forma como foi explorado e modelado durante o período romano.


27 de Junho
Constelações e antigos mitos. Observando os astros em Cacela
Constellations and ancient myths. Watching the stars in Cacela
Com o físico Cândido Marciano da Silva
Ponto de encontro: 21.00 em Santa Rita
O fascínio pelos pontos luminosos a que chamamos estrelas desperta mistérios das profundezas da natureza e da imaginação. Muitos dos mitos da antiguidade que se es-pelham nas constelações celestes do distante e inacessível infinito, ajudaram a criar a crença que as actividades humanas são reguladas pelo Cosmos. Do firmamento o homem extraiu os ciclos temporais, organizou os calendários, elegeu estrelas ou constelações que orientaram travessias por terra e por mar, fez nascer deuses e heróis. Acontecimentos astronómicos relacionam-se com elementos apelativos na paisagem – naturais (montanhas) ou construídos (megálitos) – e com o calendário festivo, sendo o Natal, Páscoa e S. João marcados pelos equinócios e solstícios.
Em torno do túmulo megalítico de Santa Rita, poucos dias depois do solstício de Verão, vamos observar o pôr-do-sol, a Lua, bem como os planetas e constelações visíveis nesta altura do ano.


4 de Julho
Pelas margens da Ria Formosa, à procura dos animais da maré baixa
Looking for low tide animals in the banks of Ria Formosa
Com a bióloga Maria Dias
Ponto de encontro: 9.30 em Cacela Velha
Passeando pelas margens da Ria, os olhares mais curiosos não ficam indiferentes à diversidade de formas e cores das conchas que embelezam a linha de maré. São testemunhos de vidas passadas, de animais que outrora viveram nas areias, que ficam à vista durante a maré baixa. Mas debaixo dessas mesmas areias podemos encontrar uma variada fauna de pequenos invertebrados, escondida do apetite das aves, peixes, e até pessoas. Amêijoas, berbigões, ostras e chocos, todos nós também os conhecemos associados a deliciosos petiscos. Mas há mais: caranguejos e minhocas de várias cores e feitios, algumas tão pequenas que só com ajuda de uma lupa as conseguimos ver. Neste percurso vamos conhecer um pouco melhor a vida destes pequenos animais e o seu papel fundamental no ecossistema único da Ria Formosa.


1 de Agosto
O mundo inaudível. Escutando os morcegos à roda de Cacela
The inaudible world. Listening to the bats around Cacela
Com a bióloga Sofia Lourenço
Ponto de encontro: 21.00 em Cacela Velha
Companheiros de bruxas, símbolos de mau-olhado ou chupadores de sangue, poucos animais são tão mal vistos como os morcegos, que ao longo dos séculos têm persistentemente sido associados a mitos e superstições infundadas. A aldeia de Cacela Velha e sua envolvência possuem as condições ideais para vir conhecer um pouco melhor as espécies de morcegos existentes na zona e perceber a sua extraordinária importância no funcionamento dos ecossistemas locais. Na companhia de uma bióloga faremos um passeio nocturno, onde vamos observar e identificar morcegos fissurícolas e arborícolas com a ajuda de um detector de ultra sons.


12 de Setembro
À procura das criaturas da noite
Searching for night creatures
Com o ornitólogo Filipe Moniz
Ponto de encontro: 21.00 em Cacela Velha
O suave restolhar das folhas, um bater de asas, uma sombra que se esconde, gritos nocturnos... Quem está aí? Desde sempre o ser humano receou a noite. O medo não parece ser proveniente do escuro mas sim do que este possa esconder e a nossa imaginação fomentar. Uma hora do dia que para a maioria dos seres humanos é de recolhimento e repouso é para muitos animais o momento ideal para realizar as suas actividades diárias, evitando assim as horas mais quentes do dia ou potenciais predadores. Muitos são os animais que optam por uma vida nocturna, apresentando um apurado sentido de audição, como é o caso dos morcegos, do olfacto, e até mesmo da visão, como as corujas e as osgas. Raposas, ouriços, corujas, sapos, salamandras, aranhas e morcegos são apenas alguns dos fantásticos habitantes da noite que o convidamos a vir procurar. Venha connosco conhecer melhor alguns dos hábitos e dos segredos destas criaturas num pequeno passeio nocturno à volta de Cacela Velha.


3 de Outubro
Visitantes alados. Observando as aves da ria
Winged visitors. Watching birds in Ria Formosa
Com o ornitólogo Filipe Moniz
Ponto de encontro: 9.30 em Cacela Velha
O fenómeno da migração das aves despertou desde sempre a atenção dos naturalistas, tendo mesmo sido fonte de inspiração para grandes viajantes. Todos os anos, pelo mundo fora, biliões de aves abandonam os seus territórios de reprodução em busca de locais de alimentação e condições ambientais mais favoráveis. A maioria destes migradores viajam apenas algumas centenas de quilómetros, mas outros percorrem distâncias equivalentes à da circunferência da terra. Aves como a andorinha-do-mar-Ártica são conhecidas por fazerem a mais longa migração regular, percorrendo todos os anos cerca de 19 000 Km desde os seus territórios de reprodução no Árctico até às águas da Antártida. Em Portugal um dos locais mais importantes de invernada para as aves migradoras é a Ria Formosa albergando milhares de aves limícolas. Venha connosco conhecer alguns destes visitantes alados num passeio pela Ria junto a Cacela Velha.



Informações gerais:
Os percursos realizam-se aos sábados, entre Abril e Outubro.
Pontos de encontro às 9.30 ou às 21.00, na cisterna de Cacela Velha ou no CIIPC (antiga escola primária) em Santa Rita, consoante o percurso.
Para os passeios diurnos deverá trazer merenda, cantil com água, calçado confortável, roupa leve, chapéu e protector solar, bem como binóculos para os passeios de natureza. Para os percursos nocturnos deverá trazer roupa quente, calçado confortável e lanterna.
A organização reserva-se o direito de anular a realização de percursos caso se verifiquem condições climatéricas adversas.

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Inscrições e Informações:
Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela
Antiga Escola Primária de Santa Rita
Tel. / Fax: 281 952600
ciipcacela@gmail.com

http://www.cm-vrsa.pt/
http://ciip-cacela.blogspot.com/

As participações são gratuitas e limitadas.
Inscreva-se com antecedência, deixando o seu nome e contacto





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