quarta-feira, abril 09, 2008

Passos Contados 2008 - Passeios Pedestres de Interpretação da Paisagem, em Vila Real de Santo António, de Abril a Outubro de 2008


Passos Contados 2008

Passeios pedestres de interpretação da paisagem

Cacela - Vila Real de Santo António


Organização:
Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela
Câmara Municipal de Vila Real de Santo António


Começa em Abril em Cacela a 2ª edição do ciclo anual de passeios pedestres de interpretação da paisagem "Passos Contados".
Passos Contados... porque os caminhos, os lugares, as vidas contam estórias. O Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela / CMVRSA propõe este ano novas experiências de interpretação e descodificação das paisagens culturais do sotavento algarvio. Nesta segunda edição iremos à descoberta de plantas medicinais e aromáticas, da fauna e flora da Ria Formosa; atravessaremos quintas, hortas e pomares no barrocal; conheceremos saberes-fazeres da serra, testemunhos megalíticos em Cacela, e memórias da pesca e indústria conserveira em Vila Real de Santo António.



12 de Abril
Plantas medicinais e aromáticas
Ponto Encontro: 14h30 na cisterna de Cacela Velha,
Com o Mestre José Salgueiro
Existiu até há bem pouco tempo, nos meios rurais, um saber empírico, transmitido de geração para geração, sobre as propriedades medicinais das plantas. Nascido no Alentejo, Mestre Zé Salgueiro, filho de trabalhadores rurais, recebeu os saberes dos ensinamentos da mãe, de virtuosos, pastores e artífices que partilhavam o universo da medicina popular. Experimentou ao longo da vida os trabalhos do campo, a venda ambulante, o ofício de sapateiro e aos 50 anos resolveu assumir as suas paixões maiores: as plantas e a poesia. Com larga experiência na colheita e utilização de ervas para fins medicinais e um conhecimento acumulado ao longo de 89 anos intensamente vividos, tem um genuíno prazer em transmitir os seus valiosos saberes.


17 de Maio
Fauna e flora na Ria Formosa
Ponto Encontro: 9h30 na cisterna de Cacela Velha
Com o biólogo Filipe Moniz
A Ria Formosa é um valioso ecossistema lagunar de importância internacional, onde vivem gentes, se mantêm artes de pesca e apanha de bivalves. Um cordão de ilhas e penínsulas arenosas paralelas à costa protege um labirinto de sapais, canais e bancos de areia, onde se abrigam no Inverno aves migradoras do norte e centro da Europa (pato-trombeteiro, marrequinho-comum, maçarico-real, flamingo,...) e alimentam peixes, moluscos, crustáceos e anfíbios. Entre as dunas e matas, especialmente entre os piornos, escondem-se os camaleões da Ria Formosa que urge proteger.
Na companhia de um biólogo iremos observar a flora, conhecer habitats, olhar os voos das aves, escutar os anfíbios e interpretar dejectos, pegadas e trilhos.


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21 de Junho
Quintas, pomares e hortas do Barrocal
Ponto Encontro: 9h30 no CIIPC (antiga escola primária) em Santa Rita
Com as arquitectas Marta Santos e Marta Almeida
Ao Barrocal Algarvio correspondeu um povoamento diferenciado nas formas de habitar em relação à serra e ao litoral. Caracterizado pela dispersão dos núcleos familiares, a organização dos conjuntos edificados e a estrutura da propriedade foi favorecida pela exploração agrícola. Largas, planas e regulares, em encostas perto de ribeiras, as propriedades com paisagem arborizada e solos férteis beneficiaram o sequeiro e o regadio associado aos engenhos hidráulicos – noras, aquedutos, tanques, levadas – que garantiram a manutenção de hortas e pomares. A organização dos conjuntos edificados, os modelos arquitectónicos e sistemas construtivos testemunham vivências e costumes, que descobriremos num percurso pelas quintas, pomares e hortas do Barrocal.


5 de Julho
Saberes-fazeres da Serra Algarvia. Elementos vegetais e usos quotidianos
Ponto Encontro: 9h30 no CIIPC (antiga escola primária) em Santa Rita
Com as arquitectas Marta Santos, Marta Almeida e habitantes da Serra
Os materiais obtidos a partir de elementos vegetais ligam-se à utilização quotidiana dos recursos do território e às suas características geológicas, morfológicas e edafoclimáticas. A partir daí, o mestre construtor vai aguçando o engenho, tirando partido das técnicas que conhece. Das árvores e arbustos maiores obtêm-se os troncos com que se preparam os paus e as tábuas para produção de engenhos e elementos da construção. Da ramagem dos arbustos e das canas aproveitam-se as varas com funções de revestimento, remate e fixação. Das herbáceas espontâneas usam-se os caules e a folhagem, e do centeio cultivado a palha, com que se fazem os feixes ou ramalhos para as forras das coberturas. Os elementos de atar (atilho, cordel, sisal, baraço) produzidos a partir do esparto ou das fibras vegetais da palmeira anã ou da piteira são usados em trabalhos agrícolas, na fixação e remate de coberturas e na produção de objectos do quotidiano. Na paisagem humanizada da serra, iremos redescobrir o engenho e os saberes associados aos usos dos elementos vegetais.


20 de Setembro
Entre os vivos e os mortos. Túmulos megalíticos de Cacela
Ponto Encontro: 9h30 no CIIPC (antiga escola primária) em Santa Rita
Com os arqueólogos David Calado e Nuno Inácio
Foi o arqueólogo Estácio da Veiga que, nos finais do séc. XIX, revelou as primeiras notícias sobre o património megalítico de Cacela, com a publicação dos achados dos túmulos de Nora e Marcela, classificados como Monumentos Nacionais mas hoje, infelizmente, desaparecidos.
O túmulo pré-histórico de Santa Rita, recentemente identificado, representa um dos últimos testemunhos megalíticos melhor conservados da região. Trabalhos arqueológicos recentes permitiram a caracterização da estrutura arquitectónica e uma primeira aproximação à cronologia, caracterização da paisagem e estudo da estrutura social. Quando foi construído? Quem eram e onde viviam os seus construtores e inumados? Como se relaciona o túmulo com outras estruturas funerárias próximas? Como se orienta em relação à paisagem e aos astros? Que significados lhe estão associados? São algumas das questões que orientarão a discussão ao longo deste percurso.


18 de Outubro
Pesca e indústria conserveira em Vila Real de Santo António
Ponto Encontro: 9h30 em Vila Real de Santo António (junto ao pelourinho na Praça Marquês de Pombal)
Com o historiador Hugo Cavaco
Fundada em 1774 por ordem do Marquês de Pombal, Vila Real de Santo António foi construída de raiz, sobre o areal junto à foz do Guadiana, com o intuito de controlar o comércio de fronteira e desenvolver as pescas, no contexto da reforma da indústria conserveira. No traçado e nos edifícios da “Vila Regular”, edificada em menos de dois anos, de acordo com os princípios iluministas, materializavam-se estas intenções. Na baixa-mar, alinhavam-se na fachada, de um e outro lado da Alfândega, as Sociedades de Pescarias, complexos industriais de manufactura, armazenamento e comercialização de sardinha. Em meados do séc. XIX instalaram-se as primeiras grandes fábricas de conservas (Ramirez, Parodi & Roldan, entre outras) a que se vêm associar litografias e fábricas de sal. Hoje subsistem testemunhos materiais e humanos da tradição pesqueira e conserveira (Casa da Alfandega, Capitania do Porto, Farol, antigas fábricas de conservas desactivadas e embarcações), tendo aberto recentemente na cidade um núcleo museológico sobre a indústria conserveira.




Inscrições e Informações:
Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela
Antiga Escola Primária de Santa Rita
Tel. / Fax: 281 952600
ciipcacela@gmail.com

http://www.cm-vrsa.pt/
http://ciip-cacela.blogspot.com/

As participações são gratuitas e limitadas.
Inscreva-se com antecedência, deixando o seu nome e contacto






Passos Contados 2007

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