sábado, janeiro 01, 2011

Passos Contados 2011 - Câmara Municipal de Vila Real de Santo António e Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela

Passos Contados 2011
Passeios pedestres de interpretação da paisagem

Cacela - Vila Real de Santo António


Organização:
Câmara Municipal de Vila Real de Santo António

Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela


9 de Abril
Plantas medicinais e aromáticas do barrocal e serra algarvia
Com o mestre José Salgueiro
Ponto de encontro: 9.30 em Santa Rita
Existiu até há bem pouco tempo, nos meios rurais, um saber empírico, transmitido de geração  para geração, sobre as propriedades medicinais das plantas. Nascido no Alentejo, Mestre Zé  Salgueiro, filho de trabalhadores rurais, recebeu os saberes dos ensinamentos da mãe, de virtuosos, pastores e artífices que partilhavam o universo da medicina popular. Experimentou ao longo da vida os trabalhos do campo, a venda ambulante, o ofício de sapateiro e aos 50 anos resolveu assumir as suas paixões maiores: as plantas e a poesia. Com larga experiência na colheita e utilização de ervas para fins medicinais e um conhecimento acumulado ao longo de mais de 90 anos intensamente vividos, tem um genuíno prazer em transmitir os seus valiosos saberes.

14 de Maio
Descobrir Cacela Velha: caminhar, observar, mexer e desenhar com carvão, aguarela e tinturas
Com o artista plástico Francisco Pinheiro
Ponto de encontro: 9.30 em Cacela Velha
Numa caminhada, de bloco e lápis na mão, iremos inscrever as particularidades que fazem de Cacela velha um lugar especial. Ao longo do percurso vamos deter-nos nos diferentes pontos de interesse – a fortaleza, casas de arquitectura tradicional, a igreja, os vestígios da antiga muralha medieval – e na paisagem em redor.  faremos apontamentos rápidos em andamento, de pormenores, texturas, sombras, contornos, bem como desenhos mais demorados de um enquadramento, partindo do esboço até ao desenho final. Haverá ainda ugar para um desenho colectivo. Iremos também desenhar com tintas que serão feitas na própria sessão, a partir de pigmentos e plantas locais.

4 de Junho
Os bichos no conto popular português
Com o contador Luís Carmelo
Ponto de encontro: 9.30 em Santa Rita
Chegados de um tempo mítico “quando os animais e todos os vivos falavam”, os bichos protagonizam muitos dos contos do nosso imaginário popular. Nos contos de animais – com uma clara intenção moralizante – coelhos, formigas, ovelhas, macacos, burros, galos ou lobos e raposas, os mais comuns, são dotados de qualidades e defeitos como a cobardia, o orgulho, a esperteza ou a astúcia. Nos contos maravilhosos, peixes com promessas de riquezas, pombas a que há que retirar um alfinete ou touros de cuja orelha saem ricos manjares, são príncipes ou princesas encantados. Outros, como pássaros ou cavalos (velozes como o vento ou o pensamento), são preciosos auxiliares do herói ou da heroína.
Num percurso pelo espaço de uma aldeia e envolvente, os diversos animais que por aí habitam serão pretexto para um encontro com o bestiário da nossa tradição oral.

9 de Julho
Tecer a palma e os trapos. A empreita e outras artes algarvias
Com a artesã D. Maria Antónia
 Ponto de encontro: 15.00 em Santa Rita
Alcofas e balaios para acondicionar produtos agrícolas, esteiras para guardar e secar figos, gorpelhas para muares ou burros que acarretavam a azeitona, vassouros para caiar ou capacheiras para dentro se moer milho para o xerém e se peneirar farinha para o pão, eram alguns dos bens essenciais à vida no campo feitos a partir do trabalho da palma (folha da palmeira-anã), abundante na região.
D. Maria Antónia, que vamos encontrar num monte no sopé da serra, começou cedo nas artes da empreita, como as raparigas da altura, ajudando aos serões as mães a entrançar a palma em longas tiras, naquela que era uma importante actividade complementar do trabalho da terra. Mas há pouco tempo outras vontades comandam as suas mãos: tecer tapetes com retalhos de tecido e pequenas alcofas que entrançam, já não a palma, mas tiras de pacotes de leite e sumos.


6 de Agosto
Os astros na mitologia e na tradição popular portuguesa
Com o físico Cândido Marciano e a arqueóloga Catarina Oliveira
Ponto de encontro: 21.00 em Santa Rita
Pastores, camponeses e pescadores conheciam o firmamento, as estrelas e constelações, pelo nome que lhes davam os antepassados: setestrelo, estrela da manhã ou estrela do pastor, três marias, cadeira de S. Pedro ou estrela do norte. Da sua observação procuravam elementos para se orientarem no mar e na terra, saberem as horas, preverem o tempo e escolherem a melhor altura para sementeiras, colheitas ou para a pesca, … Na tradição popular, amuletos, rezas e dizeres atestam a antiguidade das crenças ligadas à lua, como as influências malignas nas crianças (mal de lua), que se protegiam com amuletos ou encomendando-as à nascença à lua como madrinha, bem como do determinismo lunar no crescimento da vegetação, na meteorologia, nas marés ou nos partos. Sabemos também que do firmamento o homem extraiu os ciclos temporais, organizou os calendários, celebrou dias festivos – como o Natal, Páscoa e S. João marcados pelos equinócios e solstícios – e fez nascer deuses e heróis.
Propomos uma viagem pela mitologia e tradições populares portuguesas a partir dos planetas e constelações visíveis nesta altura do ano.

17 de Setembro 
A chaminé e a platibanda no Algarve
Com os arquitectos Filipe Jorge e Victor Mestre
Ponto de encontro: 9.30 em Cacela Velha
A partir dos anos cinquenta e sessenta, com o desenvolvimento do turismo e a instituição dos valores de um “Algarve típico”, as chaminés e as platibandas ornamentadas, viriam a tornar-se nos elementos mais característicos da arquitectura popular algarvia. Expressões evidentes do domínio de técnicas ancestrais do trabalho da massa e do «jogo» do ladrilho e/ou da telha, estes elementos pretendiam, pelo menos desde o séc. XvIII e mais expressivamente nos finais do séc. XIX e ao longo de toda a primeira metade do XX, através das por vezes complexas gramáticas formais e decorativas e para lá do seu propósito funcional, mostrar a criatividade do mestre construtor e/ou o gosto do proprietário do imóvel onde se integravam. Ao longo deste percurso, e partindo de tipologias já definidas, iremos partir à descoberta na zona de Cacela das chaminés de balão; em grelha horizontal, constituídas por sucessões de ladrilhos ou de elementos trabalhados em massa; e de tipo vertical, geralmente animadas, tal como as platibandas, por intrincados jogos geométricos, angulosos e rendilhados.

8 de Outubro
Visitantes alados. Observando as aves da ria
Com o ornitólogo Filipe Moniz
Ponto de encontro: 9.30 em Cacela Velha
O fenómeno da migração das aves despertou desde sempre a atenção dos naturalistas, tendo mesmo sido fonte de inspiração para grandes viajantes. Todos os anos, pelo mundo fora, biliões de aves abandonam os seus territórios de reprodução em busca de locais de alimentação e condições ambientais mais favoráveis. A maioria destes migradores viajam apenas algumas centenas de quilómetros, mas outros percorrem distâncias equivalentes à da circunferência da terra. Aves como a andorinha-do-mar-Ártica são conhecidas por fazerem a mais longa migração regular, percorrendo todos os anos cerca de 19 000 Km desde os seus territórios de reprodução no Árctico até às águas da Antártida. Em Portugal um dos locais mais importantes de invernada para as aves migradoras é a ria formosa albergando milhares de aves limícolas. venha connosco conhecer alguns destes visitantes alados num passeio pela ria junto a Cacela velha.


Inscrições e Informações:
Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela
Antiga Escola Primária de Santa Rita
Tel. / Fax: 281 952600
ciipcacela@gmail.com
http://ciip-cacela.blogspot.com

As participações são gratuitas e limitadas.
Inscreva-se com antecedência, deixando o seu nome e contacto



Passos Contados 2007 / 2008 / 2009 / 2010

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