quinta-feira, setembro 20, 2007

Marcha ecológica pela Dorsal Galega, de 14 a 29 de Setembro, organizada pela Agrupaçom de Montanha Augas Limpas.

Entre os días 14 e 29 de Setembro decorrerá por etapas uma Marcha que atravessará a Galiza, desde a fronteira portuguesa no rio Minho, a sul, até ao Mar Cantábrico a norte, utilizando para tal a denominada Dorsal Galega. O objectivo da marcha é reivindicar a defesa da terra galega e assinalar as principais agressões ambientais que este território tem vindo a sofrer. A organização é da AMAL - Agrupaçom de Montanha Augas Limpas.

O projecto tem por lema "Pola defesa da nossa Terra: Bota-te ao monte" e no final de cada roteiro em roteiro realiza-se alguma actividade formativa relacionada com o meio ambiente, a história da comarca respectiva ou o montanhismo.


Roteiros:

1º Roteiro: Serra da Paradanta. Sexta 14 e sábado 15 de Setembro.
Saída no dia 14 de Setembro, às 9 horas, do apeadeiro ferroviário de Sela (concelho de Arvo), junto ao Rio Minho.

2º Roteiro: Serra do Suído. Domingo 16 de Setembro.

3º Roteiro: Serra do Faro e Farelo. Terça 18 e Quarta 19 de Setembro.

4º Roteiro: Serras do Careom e da Cova da Serpe. Sábado 22 e Domingo 23 de Setembro.

5º Roteiro: Serra da Loba. Quinta 27 e Sexta 28 de Setembro.
A associação cultural e ambientalista ""O Abordelo" colabora neste roteiro.

6º Roteiro: Serra da Faladoira. Sábado 29 de Setembro.
Final: Estaca de Bares (Mar Cantábrico)


Mais informações:
Tl: (+34) 667673715 (de 9:00 a 13:00)
E:mail: aguaslimpas@gmail.com
http://aguaslimpas.blogspot.com

Dorsal Galega ('cordilheira' de montanha)



Manifesto "Pola defesa da nossa Terra: Bota-te ao monte"

Marcha pela Dorsal Galega.

"Desde a Serra do Suído até a Serra da Faladoira, umha cadeia de montanhas percorre o país de sul a norte. É a Dorsal Galega, umha linha de média montanha que acada alturas entre 500 e 1200 metros. A Agrupaçom de Montanha Augas Limpas continua a sua jeira convocando umha marcha montanheira durante quinze dias, em seis etapas organizadas por relevos, para juntar o goce da nossa Terra à reivindicaçom e à denúncia.

Na actualidade, quase três quartas partes do nosso país som zonas de monte. Décadas de desleixo político, ‘desarrollismo’, expólio energético espanhol e desertizaçom tenhem convertido esta nossa grande riqueza económica e cultural um ermo que aproveitam livremente muitas empresas depredadoras. Sem umha planificaçom séria e respeitosa com o património colectivo, os usos do monte esmorecem em benefício da rapina capitalista, entorpecendo assim umha sólida base para a soberania galega e para umha outra relaçom com o meio baseada na variedade de aproveitamentos da terra. O uso agro-gandeiro do monte decai pola perda de populaçom; o uso florestal empobrecedor e curto-pracista tem cedido aos interesses da indústria madeireira promotora do monocultivo eucalipteiro, fechando as portas à exploraçom das madeiras nobres; e o uso recriativo e formativo, fundamental para que o povo galego conheça o que tem de seu, é sequestrado por um processo de turistificaçom agressivo e pensado para ricos espanhóis. Quando um monte se salva das canteiras ou dos parques eólicos, periga por grandes infraestruturas rodoviárias, pistas de esqui ou urbanizaçons para acaudalados.

Desde meados deste mês de Setembro, a AMAL organiza umha longa marcha montanheira com a pretensom de que conheçamos entre todas e todos este grande património galego, e também de denunciar sobre o terreno os responsáveis da sua destruiçom. Som empresas e políticos com nomes próprios, perfeitamente relacionados, os culpáveis de que cada vez mais espaços comunitários sejam roubados ao povo, de que sejam fanadas as fontes de riqueza, e de que se negocie com o que nom tem preço e nom é umha mercadoria.

Queremos convocar-te a algumha das nossas etapas de conhecimento e reivindicaçom. Começarám na Paradanta e seguirám pola Serra do Suído, para alcançar dias depois os cumes do Faro e percorrer o Careom, no centro da Galiza. Já no norte do país, andará-se a Cova da Serpe e a Serra da Loba, para culminar a marcha na Serra da Faladoira e rematar a actividade em Estaca de Bares. Ao rematar cada rota, de dous ou três dias de duraçom, realizaremos algumha actividade formativa relacionada com o meio ambiente, a história da comarca respectiva ou o montanhismo. Também deixaremos a nossa pegada assinalando os responsáveis de tantas desfeitas que inçam ao país. É o nosso contributo modesto à formaçom dumha comunidade de resistência nacional que face ao desarrolhismo e a dependência da Galiza, arredando-se no dia a dia, o máximo possível, do esbanjamento e do desprezo do que é próprio. Contamos contigo."

Galiza, Agosto de 2007.


Fonte do texto:
AMAL - Agrupaçom de Montanha Augas Limpas.

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