sexta-feira, junho 22, 2007

Quem está inocente que atire a primeira pedra…


Transcrito do blogue "Carris":

"Com o intuito de fazer estas Caminhadas Históricas foi enviada ao Parque Nacional da Peneda-Gerês uma relação das caminhadas que pretendia levar a cabo. Duas destas caminhadas previam a limpeza por grupos de voluntários do lixo existente por entre as ruínas das casas dos Carris. Infelizmente, tais caminhadas não são autorizadas pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês pois o percurso está localizado na Área de Ambiente Natural, nas Zonas de Protecção Parcial (ZPP) e Total (ZPT), pelo que, nos termos do Plano de Ordenamento do Parque, não são permitidas as actividades propostas...

Apesar de não concordar com a imposição do Parque Nacional da Peneda-Gerês, decidi cancelar todo o programa de caminhadas previsto. Este cancelamento tem acima de tudo a ver com o facto de não querer colocar em situações incómodas aqueles que pretenderiam participar nestas caminhadas e este blogue nunca será o primeiro a não acatar uma recomendação do Parque Nacional da Peneda-Gerês que por norma diz não autorizar este tipo de actividades." [fim de transcrição]


Isto das caminhadas organizadas no PNPG é daqueles pequenos assuntos que ninguém quer falar (um tabuzinho). O órgão de gestão do PNPG 'diz' -façam, façam as caminhadas organizadas desde que não nos digam nada, que a gente olha para o outro lado e até tapa os ouvidos.- Expressando isto não pretendo ostensivamente criticar a posição assumido pelo órgão de gestão do PNPG que para qualquer instituição/pessoa seria sempre incómoda/desconfortável de assumir e defender, e que não foi decretada apenas por eles.

Há uns anos atrás, se não estou em erro, em finais de 2001 ou princípios de 2002, andava a ajudar a delinear/marcar no terreno aquele que é hoje o PR Trilho dos Currrais, no gerês. Quem coordenava, na altura, essa tarefa era um funcionário/guia do parque, e eu também colaborei através (do entretanto extinto [!]) clube NHA, de Braga. Lembro-me que, num dia em conversa informal ele enunciou um imenso rol de lugares aonde era proibido realizar actividade de escalada ou rappel, bem como zonas para caminhadas organizadas. Na altura pensei (aliás, o que sempre pensei e ainda o faço, sobre isto): mas quantas pessoas atendem efectivamente a isto? Sim, a começar por um número relevante de funcionários das instituições, órgãos de gestão dos municípios, associações, etc. que se situam dentro da área do Parque, e depois, fora dele, uma miríade de clubes de montanhismo, empresas de desporto-aventura, e porventura até funcionários do próprio Parque!
Quem está inocente que atire a primeira pedra…


Bem, num futuro-breve quando as caminhadas no PNPG forem a pagar, aí a conversa já vai ser diferente...

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