terça-feira, maio 15, 2007

III Percurso Pedestre Histórico-Cultural “Caminho dos Galegos”, em Penalva do Castelo, dia 27 de Maio.


Tudo o que se segue neste post foi transcrito (texto e imagens) do blogue "Olhando a Ribeira":


A Escola Básica 2,3 e Secundária de Penalva do Castelo está a promover, com o apoio da Câmara Municipal de Penalva do Castelo e da Junta de Freguesia de Mareco, a realização do III Percurso Pedestre Histórico-Cultural - "O Caminho dos Galegos”, no próximo dia 27 de Maio.

Trata-se de uma actividade de pedestrianismo, numa extensão de cerca de 8 km, aberta à participação de todos os interessados, nomeadamente dos que apreciam o prazer proporcionado por uma caminhada e pela observação de belezas naturais, num percurso devidamente arranjado e sinalizado, em terras de Penalva e de Tavares.

Para além da componente turístico-desportiva de ar livre, irão ser representados alguns quadros históricos que irão fazer recuar os participantes ao tempo das peregrinações a Santiago de Santiago. Haverá ainda almoço e animação alusiva.

A concentração dos participantes ocorrerá pelas 9h, no Largo da Junta de Freguesia de Mareco, em cuja área territorial decorrerá a actividade. O “Caminho dos Galegos” está sinalizado a partir do centro da Vila de Penalva do Castelo.

Os interessados deverão inscrever-se para o nº 232 640 080 (telefone da Escola) até 18 de Maio. Os maiores de 15 anos pagarão €4,00, estando incluídos uma lembrança e o almoço.


O "Caminho dos Galegos" é um PR de Penalva do Castelo, na freguesia de Mareco, tendo continuação depois para a freguesia de Travanca de Tavares, já no concelho de Mangualde.
Este caminho foi intervencionado no âmbito do "Centro Rural do Alto Dão"(gerido pela A.D.D. – Associação de Desenvolvimento do Dão), por iniciativa da Junta de Freguesia local, tendo o FEOGA comparticipado em 75%. A intervenção incidiu prioritariamente na consolidação e recuperação do lajeado, dos muros de suporte, e na sinalização e divulgação do percurso. Foi publicada na altura um pequeno folheto explicando o percurso.


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Transcrição de artigo de Dr. Paulo Celso Fernandes Monteiro:

A freguesia de Mareco situa-se numa delicada encosta na periferia do concelho de Penalva, fazendo fronteira com o concelho de Tavares, extinto pela reforma administrativa do liberalismo.
Os documentos agora apresentados indicam-nos que a freguesia de Mareco foi propriedade da Ordem de Santiago, sendo os seus moradores reguengueiros encabeçados.

No entanto nesta altura os privilégios concedidos, outrora aos seus habitantes, já não eram cumpridos. Se a isto adicionarmos os antigos caminhos rurais, em lajedo granítico, desgastado pelos inúmeros viajantes que por aqui passavam e a toponímia do trilho, é bem possível que esta povoação se encontre em plena rota dos peregrinos portugueses em busca de Santiago de Compostela. [...] Em Mareco ainda existe uma casa que na ombreira da porta possuí gravada uma estilizada cruz de Santiago indicando que este imóvel era pertença da Ordem.

O caminho dos Galegos é constituído por um excelente lajeado de acentuada antiguidade, provocada pelo desgaste das múltiplas passagens dos veículos, marcando na pedra granítica os seus rodados. Em alguns locais os fossos dos rodados chegam a ter cerca de 20 cm, mostrando o intenso tráfego que outrora teve. A denominação é bastante curiosa e se o topónimo poderá advir do local chamado Moinhos dos Galegos (junto da ribeira de Ludares, na confluência dos concelho de Penalva do Castelo e com os de Mareco), também é possível que seja derivado dos peregrinos que iam para a Galiza, ode se localizava o Santuário de Compostela.

Logo no seu inicio podemos ver uma pequena alminha esculpida em granito da região, representativa de uma piedosa fé popular, típica dos peregrinos e dos romeiros. Outro monumento tipologicamente semelhante surge-nos ainda dentro do concelho de Penalva do Castelo, junto ao pontão que separa as Terras de Penalva das de Tavares.

Por causa da concentração/escoamento das águas pluviais em certos locais utilizaram-se dois procedimentos aquando da sua construção. Em alguns sítios o caminho foi alteado em relação aos terrenos adjacentes, enquanto n’outros se procedeu à drenagem das águas através da criação de pequenas condutas. [...] As suas características fazem dela um exemplo na recuperação e consolidação das antigas redes viárias de Portugal, muito especialmente nos trilhos de Peregrinação."

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