segunda-feira, maio 28, 2007

Alguns dos participantes na caminhada "Rota da Cereja", dia 20 de Maio, no VI Encontro Nacional de Caminheiros, no Fundão.

Declarações de alguns dos participantes na caminhada "Rota da Cereja", dia 20 de Maio, no VI Encontro Nacional de Caminheiros, no Fundão.


António Vinagre, um dos veteranos

“Caminhar faz-me bem à saúde”
António Vinagre veio de Tomar, mas é natural de Salvaterra do Extremo (Idanha-a-Nova). É um dos caminheiros mais velhos na iniciativa. Tem 66 anos, mas refere que a idade ainda não o condiciona. Participa em eventos semelhantes há cerca de 16 anos, porque adora “o contacto com a natureza e o bem que faz à saúde”. Sofre de alergias e “o ar da Serra é muito bom” para as combater. Sobre a experiência, descreve-a como “maravilhosa”, apesar de já ter vindo outras três vezes à Gardunha. Acompanhado pelo seu cajado, refere que umas boas botas, dois pares de meias para manter os pés almofadados, uma capa para a chuva, um boné, uma peça de fruta e uma garrafa de água são o segredo para uma viagem confortável e segura. Apesar do passeio ter terminado na freguesia do Alcaide (Fundão), António Vinagre “ainda não estava cansado” e preferiu caminhar mais cinco quilómetros até à Escola Secundária do Fundão, onde foi servido o almoço.


Tiago Dez-Reis, rendido ao ex-libris da Cova da Beira
“Gostei mais de comer cerejas”
Tiago Dez-Reis tem 8 anos e veio participar na caminhada com o irmão André, de 11, e a sua tia, Maria do Céu Grilo, responsável por lhe implementar o gosto pelas actividades ao livre. Gosta de caminhar e durante os 10 quilómetros, cerca de três horas, não parou uma única vez para descansar, conta ao Diário XXI, justificando que teve a ajuda do seu pequeno cajado. Na mochila trouxe três garrafas de água e alguns “Bolicaos”, mas o que mais gostou “foi de comer cerejas”. A família viajou de Évora para o Fundão. Rosário Neves promete voltar “Esta caminhada foi a que mais gostei” Com os seus 54 anos, Rosário Neves descreve-se como uma “rapariga muito activa” e, por isso, sempre que pode, deixa a sua cidade, Torres Novas, para participar ao fim-de-semana em actividades ao ar livre. O seu interesse nestes eventos em nada se relaciona com a saúde, adianta, mas porque gosta do convívio e das paisagens. Sobre a caminhada à Gardunha é bastante elucidativa: “É imperdível e no sétimo encontro vou cá estar sem dúvida nenhuma”, realçando que das muitas em que já participou “esta foi a melhor”. Por considerar que “os cajados são para os velhos”, trouxe consigo a “boa disposição” e uma t-shirt para mudar. Acerca de se fazer acompanhar por comida, refere em tom de brincadeira: “Vou comendo cerejas pelo caminho e estas são tão boas que não ia perder a oportunidade”.

Bruno Gomes destaca o convívio
Bruno Gomes deslocou-se de Tomar para participar no encontro nacional, que descreveu como “formidável”, apesar de considerar que “se espera muito tempo para almoçar”. Caminheiro “há muitos anos”, refere que o convívio é o mais importante em actividades deste tipo. E a animação no seu grupo de 28 pessoas não faltou, sendo ele um dos responsáveis. De badalo em riste, objecto meramente identificativo do grupo, conta que a “única coisa que não pode faltar é a cerveja”, mas adianta que na mochila trouxe também água. Entre cervejas e cerejas de Alcongosta, cantigas e brincadeiras, confessa que tenciona voltar.

José Joel não deixa o “prazer” em casa.
O desporto faz parte de vida de José Joel há muitos anos. A título de exemplo enumera algumas das provas de atletismo em que já participou como amador, como a corrida na ponte 25 de Abril. Mas, apesar de desportista e das exigências da caminhada, José Joel não deixou os cigarros em casa. “Sou um fumador nato e como vamos só a caminhar não me causa problemas nenhuns”, graceja ao Diário XXI. Para este desportista da Azambuja, ser caminheiro e fumador são “dois prazeres” que não dispensa, porque “as caminhadas são boas pelo ambiente de amizade que se vive não é só por causa da saúde”. Também a paisagem é um dos factores positivos que salienta nestas actividades, que no caso da Serra da Gardunha José Joel já conhece bem. “Já cá vim muitas vezes, mas como continuo a gostar continuo a voltar e a aproveitar para saborear estas cerejas que são deliciosas”.

Liliana Machadinha

Fonte: Diário XXI - 28-5-007

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