terça-feira, maio 15, 2007

Caminhadas no campo combatem depressão e aumentam auto-estima

As caminhadas no campo ajudam a diminuir a depressão e a aumentar a auto-estima, ao contrário do que acontece quando os passeios a pé se limitam aos centros comerciais, revelou um estudo britânico, intitulado “Ecoterapia: Agenda verde para a saúde mental”, ontem divulgado.


Investigadores da Universidade de Essex (Inglaterra) compararam, em 20 pessoas com depressão, os efeitos de passeios a pé de 30 minutos num parque e de caminhadas de igual duração num centro comercial da cidade. Depois dos passeios a pé na natureza, o nível de depressão de 71% dos participantes baixou e a auto-estima aumentou em 90%. Em contraste, entre os que caminharam num centro comercial, só 45% mostraram uma diminuição do nível da depressão e 22% um aumento. Além disso, 50% destas pessoas ficaram mais tensas e 44% perderam auto-estima.

Segundo a Mind, uma associação de caridade britânica especializada em problemas de saúde mental, os resultados do estudo provam que a ecoterapia deve ser considerada “uma opção de tratamento adequada”.


Confirmação cientifica de um aspecto conhecido
Para Ricardo Gusmão, professor de Psiquiatria na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, «o exercício físico determina alterações no metabolismo e funcionamento do cérebro que provocam melhoria no humor de modo agudo, mas também sustentado no tempo. É património do bom senso que a vida ao ar é mais saudável do que no meio urbano». O que é novo, referiu à Lusa, «é a confirmação deste último aspecto por via da investigação científica».
Porém, considera que o estudo é omisso quanto ao que opera efectivamente a diferença: «A ausência de poluição ambiental? A mudança de rotina ou a confirmação dessa mesma rotina nos resultados negativos de quem passeia nos centros comerciais? Quais os estímulos benéficos e quais os prejudiciais?», interroga-se Ricardo Gusmão.

Alternativa credível aos anti-depressivos
Na óptica de Paul Farmer, director da Mind, a ecoterapia é «uma opção de tratamento credível, clinicamente válida, que devia ser prescrita pelos médicos, particularmente quando para muitas pessoas o acesso a alternativas aos antidepressivos é muito limitado”, sendo «muito mais barata» do que estes medicamentos, “não tendo efeitos secundários e estando ao alcance de qualquer um».
»Este é que o problema real», diz Ricardo Gusmão: «há muita gente doente [pelo menos cinco% da população], com consequências graves [suicídio e morte precoce] e custos de tratamento crescentes, e o sistema público de saúde não quer assumir».
Não há dados sobre a prevalência de depressão na população geral em Portugal, mas segundo o Censo Psiquiátrico de 2001, cerca de 20% dos utentes dos cuidados de saúde primários são pessoas com todos os tipos de depressão."

Fonte: Notícias da Manhã - 15-5-007


Artigo afim anteriorm/ publicado neste blogue:
Vila Real é uma das cidades do país com mais caminheiros. Estudo da UTAD revela que prática de pedestrianismo é benéfica para a saúde.

2 comentários:

Eva Lima disse...

Posso utilizar este texto no meu blog? Colocando um link para aqui, claro.

fernando_vilarinho disse...

Viva!

O artigo não é meu. Qq pessoa pode usá-lo, como o fiz, desde que cite o jornal fonte, neste caso o "Notícias da Manhã". Nem é preciso citar o meu blogue.

Esse artigo até é original da agência LUSA e saiu em muitos jornais portugueses.

Boa-noite,